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Potências Negras Summit: destaques do evento mais potente do ano

Conhecimento, dança, música boa, representatividade, e cerca de 18 mil vozes potentes para empoderar a jornada de profissionais negros e combater a desigualdade racial no mercado de trabalho. Foi assim que o dia 30 de março ficou marcado pelo Potências Negras Summit, evento online e gratuito correalizado pela Escola Profissas e Minuto Consultoria.

Na foto, os idealizadores do Potências Negras Summit, Victor Lambertucci e Ana Minuto

Foram 12 horas ininterruptas de conteúdos, com oito aulas, três painéis e quatro bate-papos especiais. Demais, não é mesmo? Logo pela manhã, o início do encontro trouxe apresentações da drag queen Azzula, da banda Madeira Mathula e do DJ Bruno Labanca.  Momento importante para levantar o astral dos participantes e mostrar a importância das expressões artísticas para falar sobre resistência e luta. 

Como parte do time da Escola Profissas e Potências Negras, só digo uma coisa: foi emocionante demais! E é claro, nossos idealizadores Ana Minuto e Victor Lambertucci não puderam deixar de agradecer a todos que fizeram esse momento lindo acontecer.  “Não se faz diversidade sozinho, nem só com o seu grupo. Acreditamos na hipercolaboração, na união por um propósito, por uma luta. Por isso, unimos movimentos, consultorias e empresas que abraçam a pauta com a gente. E o Potências Negras Summit só foi possível por causa desse trabalho conjunto”, destaca Minuto. 

Agradecimento especial aos patrocinadores Avon, Ifood, Netflix, Ambev Tech, Uber, IBM, RD Station, Loft e Ebanx, e aos apoiadores Trampos, Distrito, 99jobs, Instituto Guetto, Movimento Black Money, Uzoma Diversidade, On Hub Cultural, Bruna Gal Produções, Vitamina Vídeo, Canário Assessoria de Marketing, Lá na Firma, Negras Plurais, Gazz Conecta, Associação Brasileira de Recursos Humanos de São Paulo (ABRH SP), Afra Design, Afro Dev, Trans Empregos, Alma Preta e Reafro. 

Durante o dia, os participantes acompanharam três importantes painéis. São eles: Liderança Inclusiva, Futuro do Trabalho e Potências Negras. Veja um pouco do que aconteceu no dia do encontro.

Liderança Inclusiva 

Quem estava no evento pela manhã acompanhou o painel “Liderança Inclusiva”, com José Marcos da Silva, diretor da consultoria em Capital Humano na Deloitte, Lisiane Lemos, LinkedIn Top Voice e destaque da Revista Forbes, e Elizabete Scheibmayr, CEO na Uzoma Diversidade. 

Da esquerda para direita: Ana Minuto, Lisiane Lemos, José Marcos da Silva e Elizabete Scheibmayr

A conversa, mediada por Ana Minuto, trouxe importantes reflexões sobre as transformações no mercado de trabalho e sobre como as empresas devem trabalhar suas lideranças e incluir a diversidade no espaço corporativo

Elisabete dá dicas importantes para os profissionais que estão em busca de crescimento profissional e para as empresas que desejam desenvolver suas políticas de inclusão de diversidades. Para os profissionais: “Estude muito, busque mentorias. Se prepare para o que quer, aperfeiçoando suas competências. Se vai fazer uma viagem internacional, por que não um intercâmbio? Faça um planejamento dos cursos que ainda não fez, isso é essencial para conquistar boas oportunidades”. 

Para as empresas: “Não coloque em xeque programas porque uma pessoa deu errado. Acredite no programa de diversidade no seu negócio, pois ele é muito importante para a organização e para toda a sociedade. E o mais importante: a empresa precisa entender que somente uma consultoria pode trabalhar a diversidade e inclusão. Não ache que a companhia dá conta sozinho, que é só o RH jogar as vagas no Linkedin e pronto. As lideranças precisam trabalhar o seu papel social no contexto da inclusão, e saber usar informações adequadas no descritivo da vaga. O que eu posso ensinar e o que não posso abrir mão no candidato?”, exemplifica Scheibmayr.

“A gente só sonha com o que você vê”. É assim que a LinkedIn Top Voice Lisiane Lemos traz em sua fala sobre a importância de mentalizar os sonhos para concretizar objetivos pessoais e profissionais. Segundo Lemos, planejamento financeiro e fazer cursos estão no topo da lista do profissional que deseja alçar grandes vôos e se sentir realizado na carreira. “Se organize financeiramente. Se rodeie de pessoas que acreditem em você. Invista em formações e programas de mentoria. Invista num planejamento. Tenha uma reserva financeira. Ter uma linha orçamentária para sua carreira é essencial para adquirir tranquilidade na vida e não só pensar que precisa pagar contas”, explica.

De acordo com o diretor da consultoria em Capital Humano na Deloitte, José Marcos da Silva, liderança não é questão de cargo, é uma questão de comportamento. “Liderança inclusiva é a capacidade de aceitar uma pessoa sem julgar e ter coragem para tomar atitudes. Liderança inclusiva é ser acessível e disponível. Quando estiver com uma pessoa, foque na pessoa e não no celular. Meu recado para o Potências Negras é: nunca acredite nas pessoas que vão falar que você não pode, que você não consegue. Aliado a isso, tenha claro seus objetivos e nunca pare de estudar e se informar”, diz.

Futuro do trabalho 

Para falar sobre robôs, inovação e diversidade, os convidados do segundo painel do Potências Negras Summit são Guilherme Peixoto, superintendente de licitações da B3, Gustavo Vitti, vp de people e sustentabilidade no iFood, e Milca da Silva, coordenadora da Aliança Nacional LGBTI+. O bate-papo traz um olhar para as tendências e uma questão central: “porque ambientes mais inclusivos e diversos são pré-requisitos para sobrevivência das companhias?”

Da esquerda para direita: Ana Minuto, Gustavo Vitti, Milca da Silva e Guilherme Peixoto

Gustavo destaca a urgência dos profissionais negros ocuparem espaços nas empresas, especialmente em cargos de tecnologia e de lideranças. “Precisamos levar aprendizados em tecnologia para a periferia, facilitando e despertando o interesse das comunidades. A pessoa negra não se vê na tecnologia, acreditando que é um nicho branco. Por isso devemos trazer representatividade. É preciso um esforço coletivo para levar o aprendizado da tecnologia. No iFood, o principal requisito é querer fazer o bem, além de ter a mente aberta, um olhar com curiosidade e resiliência. Ou seja, usem as soft skills ao seu favor”. 

Guilherme explica que os negros do passado tiveram uma jornada individual, e a comunicação e as histórias não eram difundidas. Hoje, por exemplo, já existe uma troca nas empresas. “Quando estamos aqui, no Summit, falando de potências negras, fazemos importantes trocas. É preciso trabalhar e contar histórias, mostrando que o mundo mudou, e as pessoas à nossa volta precisam mudar também. Não falamos de diversidade pela ótica de que é o certo a ser feito, fazemos porque é burrice não fazer. A sociedade será cobrada pela falta de diversidade, e a sua empresa será cobrada pela falta de diversidade. Sejam corajosos. Entre e hackeie o sistema: bata na porta, faça network, converse, se prepare, trace uma meta. Foque nas estratégias”, reforça

Milca fala sobre a importância das pessoas olharem suas jornadas, trajetórias, e compartilhar experiencias. “Contando histórias vemos o quanto ficamos mais fortes e mostramos como somos potentes e capazes de oferecer muito além do conhecimento técnico no mundo corporativo”. 

A coordenadora da Aliança Nacional LGBTI+ dá dica especial para empoderar as mulheres: “se olhem no espelho e percebem quais são suas barreiras emocionais.  Entenda seu papel na sociedade e as limitações que ela nos traz. Faça provocações a todos que estão ao seu redor, pois isso nos empodera. O conhecimento e a informação são poderes dentro desse movimento. Isso nos dá mais segurança para chegar onde queremos, até descobrir nossos propósitos de carreira”. 

Painel Potências Negras

Da esquerda para direita: Ana Minuto, Luiza Helena Trajano, Vitor Martins e Christiane Silva Pinto

O terceiro e último painel do Potências Negras Summit, reuniu a gerente de Marketing no Google Brasil Christiane Silva Pinto, Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho Administrativo no Magalu e presidente no Grupo Mulheres do Brasil, e Vitor Martins, especialista em Diversidade e Inclusão no Nubank.  

No bate-papo, Christiane diz que para desenvolver potências negras e dar acesso a oportunidades concretas é importante continuar educando os aliados brancos para a diminuição do racismo estrutural na sociedade e particularmente nas empresas.

Para Vítor, as companhias precisam melhorar suas formas de contratação e desenvolvimento do capital humano para grupos sub representados. Os gestores, por exemplo, devem ser orientados para a diversidade. “Não basta apenas criar vagas afirmativas, é preciso trabalhar estratégias de retenção, relacionadas à saúde mental dos colaboradores e de desenvolvimento de carreira. Isso só será possível quando a empresa se aproximar da comunidade. Não adianta contratar por contratar e a pessoa não se sentir engajada”, afirma, 

Ao falar sobre racismo, Luiza conta sobre uma experiência que a fez mudar a sua realidade pessoal e profissional: “Nunca me considerei uma pessoa racista, até que um dia fui numa reunião do Comitê de Igualdade Racial e entendi o que era racismo estrutural. Lembrei de um aniversário meu, que tinha tanta gente, mas apenas uma pessoa negra, que era minha cabeleireira. Isso é racismo estrutural. Então, foi aí que comecei a estudar sobre o assunto para ver onde poderia entrar e modificar essa realidade”.

A presidente do Magazine Luiza conta o que mudou na empresa. “No Magazine Luiza, percebemos que tínhamos mais de 50% dos funcionários negros, mas nenhum deles ocupava cargos de gerência. Então me questionei: será que estávamos colaborando para a equidade ou apenas reproduzindo o racismo estrutural? Hoje, já vejo mudanças na alta gerência porque percebemos como a diversidade é importante para a empresa. No entanto, todos precisam estar alinhados com a estratégia.  Se a média gerência e demais colaboradores não estiverem alinhados, afinal, serão eles que farão parte do dia a dia dos contratados subrepresentados”, conta. 

Potências Negras Tec

Se você chegou aqui saiba que o Potências Negras é só o início de uma história que se guiará na luta por espaços mais democráticos nas empresas. O compromisso da Escola Profissas e Ana Minuto é dar voz a cada vez mais potências, pois a diversidade e a inclusão são necessárias para conquistarmos lugares mais saudáveis, baseados na igualdade, no amor, no respeito e na empatia. 

E quando eu disse que a nossa jornada continua, saiba que já temos novidades para o segundo semestre de 2021: é o Potências Negras Tec. O evento vai falar sobre mercado de trabalho na área da tecnologia e sobre como podemos incluir a diversidade e diminuir a desigualdade racial no segmento de transformação digital. Faça sua inscrição pelo https://eventos.potenciasnegras.com.br/tec 

Continue acompanhando nosso blog e redes sociais do Potências Negras Summit (@potenciasnegrassummit), da Escola Profissas (@somosprofissas) e da Ana Minuto (@anaminuto). Vamos juntos empoderar sua jornada! 

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