Carreira

O esforço por trás do sonho: Não existe marinheiro só

Quem vê as pingas que eu tome não sabe os tombos que levo” é uma frase mineira que resume bem o quanto o sucesso pode cegar quem não está interessado no esforço. Afinal, quem vê só o resultado não sabe, de fato, quantas montanhas você escalou para chegar até ali.

Na minha caminhada de vida posso me considerar ser uma pessoa muito feliz sob o ponto de vista profissional, mas te garanto que não foi um caminho fácil. Para falar a verdade, acho que não existe caminhada fácil pra ninguém. Todas as pessoas que tiveram sucesso de alguma forma, pessoal ou profissional, obtiveram isso através de muita dedicação, esforço e suor.

Ser feliz é uma constante cruel, pois ela te condiciona a entender que não se pode ter tudo. A vida é feita de escolhas, e você sempre vai ter que abrir mão de algo para adquirir outra coisa, em algum momento. Ainda que momentaneamente, uma escolha deverá ser feita: abdicar da presença da família, ir à uma festa, conviver com amigos podem ser coisas que podem ter de ficar de lado para que você se dedique e tenha foco naquilo que você almeja.

E, aí, é tudo uma questão de colocar na balança, e as escolhas devem ser feitas pensando no que vai te trazer mais acolhimento, felicidade e ganhos (financeiros ou não) pra você e para quem você ama, no futuro.

Para isso, uma das coisas que acho que é importante ter mente sobre o sucesso é que, qualquer que seja a luta, não existe vitória pessoal. Toda vitória é coletiva.

Quando você  faz esforço pra chegar a algum lugar ou ter sucesso em algo, a gente tem que ter um ponto no horizonte pelo qual fixar o olhar e lutar em direção a ele, mas você deve saber que você não vai chegar lá sozinho. Essa perspectiva de saber que sempre iremos precisar dos outros, de quem a gente ama, nos dá leveza na chegada. E a gente aprende a dividir, com humildade, o êxito que a gente teve.

Eu, por exemplo, posso dizer que tudo que conquistei devo ao meu marido, Rubens, que esteve ao meu lado me dando força nos momentos em que caí e até pensei em desistir, largar tudo e me dedicar exclusivamente ao lar, ficar em casa com minhas meninas. Nessas horas ele foi me esteio me mostrando que eu poderia ser capaz de realizar meus sonhos mesmo tendo que abrir mão de uma coisa ou de outra, e que nada disso seria o fim da minha vida. Seria apenas o começo.

Toda vitória é coletiva – e não é apenas o companheiro ou a companheira que vai te ajudar na caminhada. Um familiar, um amigo, um vizinho, alguém que esteja do seu lado para te dar a palavra certa no momento certo vai merecer os méritos das suas conquistas.

(Raquel Vilela, diretora do ISMD (Instituto Superior de Medicina), pesquisadora titular do Biochimical Medical Laboratory da Michigan State University, nos EUA, e estudante de Filosofia. Além disso, é também autora dos livros infantis “O Sorriso de João” e “Um Sonho Careca”, ambos sobre o câncer infanto-juvenil)

Além da Dra. Raquel, Rafael Damasceno, Victor Soares e Lédio Carmona também já deram seus depoimentos sobre o esforço por trás do sonho. Não deixe de ler cada um e voltar, na semana que vem, para ver o que diz o Felipe Schepers, fundador da Opinion Box.

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