Inteligência Emocional

Como desenvolver sua inteligência emocional

“Inteligência Emocional”: taí um tema que é MUITO mais fácil explicar do que aplicar. Mas, para a sanidade mental de todas as pessoas envolvidas em um ambiente de trabalho (seja ele de empresa, home office, funcionalismo ou freela), precisamos falar sobre isso.

Primeiro, é preciso entender o que significa o conceito. Inteligência Emocional é a capacidade de aprendermos a lidar com as nossas emoções, assim como entender e compreender o sentimento dos outros sem se deixar ser afetado por eles.

Talvez você ache que, pelo lado profissional, você deva ser completamente racional, não se deixando afetar por absolutamente nada. Posso mudar sua vida em uma frase? Você está errado.

Suprimir suas emoções é quase como dar corda numa bomba-relógio: você pode até achar que está tudo bem, mas, quando a bomba explodir, o estrago vai ser feio.

A questão é que somos humanos antes de sermos profissionais e não, não temos como fugir das nossas emoções. E, para falar a verdade, nem deveríamos! O segredo da produtividade e do sucesso na carreira não é suprimi-las a qualquer custo, mas aprender a lidar com elas.

E como fazer isso?

Antes de tudo, tente compreender, pelo menos um pouco, o funcionamento (biológico) do seu cérebro. Não vou (e, na falta de um diploma de neurologia, nem posso) me aprofundar em todos os cortéx, lobos e minhoquinhas que existem nessa cachola. Mas, para entender de Inteligência Emocional, nós precisamos entender o sistema límbico!

Isso eu posso explicar: é um conjunto de estruturas que reúne várias funções básicas instintivas, tais como fome, sede, desejo sexual, memória e as emoções mais primitivas dos seres humanos. Dentro desta estrutura existe um grupo de neurônios chamado de amígdalas, que são bem diferentes das que temos perto da garganta.

A função das amígdalas cerebrais é acionar as principais reações ligadas aos instintos de “autopreservação”. Elas acabam desempenhando um papel essencial ao identificar os riscos existentes ao nosso redor, permitindo a rápida reação do indivíduo.

Como nem tudo é perfeito, frequentemente a amígdala comete erros – especialmente na rotina da vida moderna, em que muitos dos perigos são apenas simbólicos.

Afinal, não somos mais da época das cavernas, época em que precisávamos caçar no meio da madrugada e correr sérios riscos de vida, como o de ser abocanhado por um animal que nos via como parte de sua cadeia alimentar.

Os humanos, hoje, além de ter a amígdala cerebral, também possuem uma estrutura próxima à testa, chamada neocortex, que comanda nossas ações racionais. É a parte pensante do cérebro, a que questiona e tenta chegar à conclusão sobre a melhor forma de executar alguma tarefa.

Com isso explicadinho, vamos para algumas dicas práticas de como você pode utilizar seu cérebro com mais propriedade e desenvolver sua inteligência emocional:

#1 Dê atenção ao seu corpo e sentimentos

Lembra daquele dia em que você acordou batendo o mindinho do pé na quina da cama, estava chovendo e você se molhou inteiro para chegar no ponto de ônibus e, quando ele chegou, fingiu que você não existia? E naquele outro em que você chegou no trabalho e o único relatório do qual você precisava para começar o dia ainda não tinha sido feito?

Se o resultado dessas combinações não é um surto daqueles ou, no mínimo, uma grande frustração, parabéns: você é espiritualmente muito evoluído. A maioria das pessoas acaba sendo ríspida, não disfarçando a cara de raiva e descontando esses sentimentos em outras pessoas.

Para caminhar em direção à luz e não se deixar abater por situações adversas, o primeiro passo é a pura autopercepção. Identifique os “gatilhos” das suas emoções: se tem alguma reação considerada “ruim” a um determinado acontecimento, pare e procure descobrir por que está se sentindo tão nervoso, e de que maneiras isso pode afetar sua vida.

Não se esqueça do lado físico do seu corpo, pois sensações como suor ou rubor, por exemplo, podem sinalizar que você precisa prestar mais atenção ao momento.

#2 Treine o “responder” ao invés do “reagir”

Pelo que entendemos, o cérebro emocional responde aos acontecimentos de forma mais rápida do que o cérebro pensante. Por isso, é importante se concentrar em suas ações e perceber a diferença entre o responder e o reagir.

O “reagir” é um processo onde experimentamos um gatilho emocional e nos comportamos de forma inconsciente, expressando essa emoção de maneira instantânea.

Já o “responder” é um processo consciente que envolve perceber como você se sente e, depois, decidir como quer se comportar. Tome seu tempo e não se deixe reagir de maneira impulsiva e imediata.

Você vai precisar desenvolver a sua autogestão, e minha sugestão para isso é: conte até dez. Esfrie a cachola e eleve o nível das suas respostas, esperando um tempo antes de agir. Atrasar sua reação emocional pode evitar desgastes desnecessários causados por uma “explosão”.

Lembre-se que as explosões são geralmente rápidas mas geram consequências duradouras. É por isso que a gente não sai explodindo coisas por aí (e não deveria se deixar explodir, também).

#3 Vença as emoções negativas

Me diz uma coisa: quantas vezes, em determinadas situações, você já saltou para uma conclusão negativa? Daquelas quando alguém mal começa a falar e você já tá negando com a cabeça, ou pensando: “Isso aí vai dar merda…”.

Esse é um dos principais pontos de oportunidade para desenvolver a Inteligência Emocional: eliminar a negatividade da sua vida! Pense que as situações possuem várias opções de saída, inclusive as benéficas, e cabe a você procurá-las.

Uma dica que dou é: escreva seus pensamentos e sentimentos negativos em um papel e, depois, torne-os positivos. Quer um exemplo? O pensamento “eu odeio o meu trabalho, odeio acordar cedo e não quero ir trabalhar hoje” pode ser positivamente revertido em: “não gosto deste trabalho, mas agora não posso perde-lo, pois isso me colocaria em uma situação difícil. Pelo menos com o dinheiro que recebo consigo pagar minhas contas e fazer coisas que gosto. Mas vou começar a procurar novas vagas”.

Num primeiro momento, isso vai parecer bobo e você vai ter dificuldades em ver lado bom nas situações. “Acordar cedo é bom para quem, mesmo?” Mas é na persistência que a gente cria o hábito – e o de ser positivo é um bom para se levar vida afora!

#4 Pratique a empatia

A empatia é sobre entender o próximo, como alguém se sente ou porque se comporta daquela determinada maneira, e poder comunicar essa compreensão de maneira clara e gentil.

A Inteligência Emocional envolve não só a capacidade de olhar para dentro de si, mas, também, de estar presente no mundo ao seu redor – e empatia tem tudo a ver com isso.

Comece cultivando a curiosidade sobre o desconhecido: inicie uma conversa com um estranho e tente achar a pessoa mais interessante do que você mesmo! Mas não interrogue para reagir: faça perguntas exploratórias. Apenas investigue o novo amigo e o admire!

Que tal definir como desafio para a vida ter, semanalmente, uma conversa com um estranho?

A única coisa que você precisa é ter coragem para meter a cara na vida!

#5 Tenha paciência e persista!

A Inteligência Emocional é um processo gradual e seu desenvolvimento varia de pessoa para pessoa. Então, é natural que você ainda vá perder o controle algumas vezes até dominá-la por completo, tá?

Emoções saudáveis muitas vezes se elevam e caem como uma onda, aumentando e desaparecendo naturalmente. O objetivo, aqui, é não “furar a onda” antes de atingir seu pico, ok?

A autopercepção e a autogestão são exercícios diários.

As coisas nem sempre funcionam como planejado – e, com a autopercepção, você pode medir sua capacidade de se empenhar e fazer com que a autogestão te motive a sempre dar o melhor de si.

Só não se esqueça que dizer “não” também faz parte da Inteligência Emocional; portanto, só assuma compromissos com aquilo que sua capacidade e tempo permitirem.

Essas foram as minhas dicas para que você consiga desenvolver melhor sua Inteligência Emocional e se tornar um profissional mais humano – e produtivo.

Se você curtiu, comente aqui embaixo para continuarmos esse papo, e compartilhe o texto com alguém que possa se interessar pelo tema. Afinal, quem não precisar aprimorar sua inteligência emocional que atire o primeiro livro de psicologia.

Comentários (3)
  1. Jadi disse:

    Era exatamente o que eu precisava ler nesse momento. Excelente texto, obrigada!

  2. Luziane Alves disse:

    Muito bom conteúdo.
    Estou nesse momento da vida, mudando a forma de pensar e encarar as coisas que acontecem ao meu redor.
    Gratidão pelo compartilhamento.

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