Coragem

Acreditamos em coisas que não existem. E entender isso muda tudo!

Pense rápido em três coisas que grande parte da humanidade acredita, mas elas não existem.

Respostas mais comuns:

  • Fantasmas
  • Magia
  • Espíritos

A maioria das respostas para essa pergunta gira em torno de coisas místicas, então, não se sinta mal caso você tenha pensado algo parecido. Acontece que, na realidade, nós acreditamos em tantas coisas que não existem que dá pra dizer, basicamente, que vivemos numa ficção.

Que?! Como assim, Lucas?

A essa altura você já deve estar pensando que eu sou doido. Eu nunca descartei essa possibilidade, mas mas esse não é o foco desse e-mail. 😉

E, para te provar, vou contextualizar melhor com a minha resposta sobre três coisas que não existem, ok?

  • Nações
  • Marcas
  • Times de futebol

Nenhuma dessas três existem e, se você duvida, minha explicação é:

  • Nações são apenas linhas imaginárias desenhadas ao redor do globo;

  • Marcas são símbolos que visam representar alguns valores, sentimentos e atributos, mas que, de forma objetiva, não estão em lugar nenhum;

  • Times de futebol contam com a crença de milhões de pessoas (talvez até você faça parte do grupo), mas nenhuma pessoa consegue apontar para que lado esse time de futebol está – e eu não tô falando dos estádios, dos jogadores, ou do presidente, mas do time, mesmo. Como eu faço, por exemplo, pra encostar nesse time? Não dá, né?

Parece confuso, mas é apenas o reflexo da capacidade que o ser humano tem de acreditar em ordens imaginadas, termo cunhado pelo historiador Yuval Noah Harari.

De forma sintetizada, fazemos acordos entre nós ao imaginar coisas e cenários e, conforme mais pessoas vão acreditando nesses acordos, mais real eles se tornam para quem os vive.

Se eu não consegui te convencer de que acreditamos em coisas que não existem, vou te propor uma outra abordagem.

Basicamente, vivemos três tipos de verdades ou realidades:

A Objetiva, que inclui todas as coisas que podemos ver, tocar, cheirar, provar, etc. Elas fazem parte da física clássica, aquela que Newton descreveu pra gente, lembra?

A subjetiva, que inclui tudo o que existe no mundo interno de cada um de nós. Nossas opiniões, gostos, preferências, sentimentos e emoções. Por exemplo: a música que te lembra de alguém, quando você é a ouve, é uma realidade subjetiva. Sua opinião sobre se sorvete de milho é gostoso ou não, também é só sua. Ela não necessariamente reflete a realidade.

A Intersubjetiva, que inclui especialmente as ordens imaginadas que citei ali em cima. Todos os acordos feitos entre humanos que são capazes de reger nossos comportamentos e crenças. Por exemplo: só acredito em dinheiro pois tenho certeza que o senhor da padaria da esquina também acredita. Se um dia ele parar de acreditar em dinheiro… não vai ter mais pão quentinho para o Lucas.

Dito isso, vamos ao que interessa. Vamos colocar isso em prática.

Como isso pode mudar sua vida

Pegue uma simples folha A4 e, usando uma caneta, divida-a em 4 colunas. Então:

  1. Na primeira coluna, coloque uma, duas, ou três vontades ou sonhos que você não busca por medo. O título dessa coluna é PLANOS;

  2. Na segunda coluna, liste quais são as verdades objetivas que te impedem de realizar seu plano, fatos reais e/ou objetificados. O título dessa coluna é RISCOS;

  3. Na terceira coluna, liste qual é sua percepção subjetiva do seu plano. Do que você tem medo, baseado em experiências anteriores suas, e o que você sente em relação a isso. O título dessa coluna é MEUS MEDOS;

  4. Na quarta coluna, liste o que as pessoas dizem sobre seu plano: qual é a realidade intersubjetiva envolvida nisso? O que você já ouviu ao longo da vida que acabou internalizando e tomando pra você? Preconceitos, opinião dos pais, de pessoas importantes? O título dessa coluna é MEDO DOS OUTROS.

Entender o que é medo, o que são riscos reais e o que é mera opinião alheia coloca a sua cabeça no lugar em relação ao que você deve, de fato, se preocupar.

Você pode usar esse framework toda vez que tiver um plano, meta ou objetivo, mas não estiver certo sobre o que está sentindo ou o que te impede de chegar onde você quer.

E, sempre que o medo se tornar uma característica incapacitante para que você siga em frente, alimente o pensamento libertador de que é tudo uma ficção. Como diz Julieta Venegas, em sua (ótima) música Andar Conmigo, “não se assustes em dizer a verdade, pois ela nunca vai ser tão ruim quanto se pensa”.

O que te impede pode nem existir. Siga em frente.

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